22 de setembro de 2011

TIPOS DE ANESTESIA

A maior parte das gestantes tem dúvidas em relação à anestesia. Antes de mais nada, é importan­te saber quais os tipos existentes e como eles agem no corpo. Hoje, a anestesia geral, que deixa a paciente completa­mente sedada, só é usada em raríssimas ocasiões. Atualmente, na hora do parto, os médicos preferem recorrer a um des­tes outros três tipos: a raquianestesia, a peridural ou o duplo bloqueio.

Anestesia Raquidiana, ou Raquianes­tesia - é a mais indicada para a cesárea, porque, além de perder completamente a sensibilidade da cintura para baixo — ou seja, na área em que será feito o corte —, a mulher não consegue mexer as pernas, o que certamente atrapalha­ria o cirurgião. Essa anestesia é aplicada de uma só vez, entre duas vértebras da coluna, por meio de uma agulha com a ponta arredondada. Ela atravessa pele, nervos e chega ao liquor, substância que banha a medula nervosa que passa ali no meio. Logo que o medicamento é aplicado, a futura mamãe nota as pernas esquentarem e, em seguida, sente um formigamento. Instantes depois, perde-se a sensibilidade e os movimentos — um efeito que dura, em média, de três a quatro horas, tempo mais do que sufi­ciente para a cirurgia ser realizada.
Obs. Às vezes, a anestesia raquidiana provoca uma pequena queda de pressão na gestante. Na prática, a sensação é de um leve mal-estar, que a mulher traduz como uma sensação de enjoo. Quem se sentir assim deverá avisar o anestesista, que tem plenas condições de reverter a situação com medicamentos específicos. Muitas vezes, porém, eles nem são necessários, porque o médico lança mão de certas artimanhas. Por exemplo, é comum ele empurrar a barriga da parturiente para o lado esquerdo. Essa manobra favorece o retorno do sangue para a cabeça, normalizando a pressão e acabando com o mal-estar.

Anestesia no Parto Normal
No parto normal, há três opções de anestesia. A primeira é o médico dar uma dose baixa da raquidiana, o que, aliás, costuma ser feito quando a mulher che­ga à maternidade em trabalho de parto adiantado. A quantidade de medicamen­to é pequena, mas suficiente para barrar a dor e, ao mesmo tempo, ainda permitir certo movimento das pernas. Já se o trabalho de parto ainda está no meio do caminho, é possível decidir pela peridural — que demora um pouco mais para agir — ou pelo duplo bloqueio.

Peridural  - uma agulha semelhante à da raquianestesia também é introduzida en­tre as vértebras, mas ela só chega até a dura-máter, uma membrana anterior ao liquor. Ou seja, é uma aplicação, digamos, mais superficial. Ao chegar a esse ponto exato, o anestesista retira a agulha e dei­xa ali, em seu lugar, um cateter fininho, que vai derramando as drogas anestésicas aos poucos. A mulher perde a sensibilida­de para a dor, mas continua dominando seus movimentos da cintura para baixo, por isso pode ajudar o bebê a nascer.

Duplo Bloqueio -  une a raquianestesia e a peridural em um mesmo procedimento. Uma agulha, similar à da ráqui, encosta na dura-má­ter, a tal membrana anterior ao liquor. Por dentro dessa agulha vem outra, mais fina, que chega até o liquor propriamen­te dito. Ali, o médico aplica uma dose baixa de anestésico. A agulha mais fina é, então, retirada e, no lugar, fica um cateter, que alcança a dura-máter para levar, aos poucos, doses de reforço de medicamento conforme o trabalho de parto avança. O efeito no corpo da ges­tante é o mesmo que na peridural — dá para sentir as pernas e as contrações —, a diferença é que a ação é imediata.

A anestesia, independentemente da técnica de aplicação ou do medicamento, não provoca nenhum tipo de reação na maioria das grávidas. Em geral, os pro­blemas só acontecem nas mulheres que têm problemas de coagulação do sangue, aquelas com alguma infecção no lugar do corte ou as alérgicas às substâncias anestésicas. A recuperação costuma ser muito tranquila. Claro que existem pe­quenas diferenças, de acordo com o tipo de anestesia. Em comum, todas as mães, independentemente da técnica usada, sentem um pouco de coceira e frio, con­forme o medicamento perde a ação. Ou­tras reações são retenção urinária, náu­sea e, mais raramente, vômito.
Mas vale saber que essas anestesias são seguras e usadas todos os dias ao redor do mundo. O objetivo é fazer com que a mãe fique consciente durante todo o par­to, não sinta dor e, assim, possa curtir cada minuto desse momento tão especial, que é o nascimento do seu bebê.
A anestesia dói?
Um pouco. Você vai sentir uma picada ardida na hora em que a agulha entrar — não é nada muito intenso e passa rápido. O melhor vem em seguida: as dores das contrações desaparecem e você pode, finalmente, relaxar para aproveitar a chegada do seu bebê!

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